Olá, meu nome é Davi, e é uma alegria te
receber novamente no meu blog roteirizarddf. O que você vai ler hoje
aqui é mais um texto (claro, é um site de textos ué, kk); mas não um
escrito comum tipo ensaio, artigo, história, crônica, poema. Fico ainda muito com
o pé atrás em publicar isso, mas vejo que toda essa aventura tem relação com
minha vida particular, com os desafios e conquistas que desejo que as palavras
me concederão, e explica muitas coisas sobre como é o meu jeito de pensar e
escrever hoje em dia.
Então, quem acompanhou um story meu
no instagram agora sabe que eu estou persistindo na conquista do Anel
Ilusório Dos Exaltados, que no jogo de playstation Dark Souls II
deixa a arma da mão direita invisível. Para tanto, terei de cruzar os
arredores de Drangleic, abarcar algumas muitas almas em meu personagem, abrir
as portas da esperança novamente... tudo sem sentar em uma só fogueira! — que é
o checkpoint do jogo, o qual você usa para descansar, recuperar vida e
restabelecer recursos, para novas e árduas empreitadas.
Tempo passou, muita água correu por
debaixo dessa ponte, e acho que tenho o jogo desde 2015 não é à toa. Esta
franquia da FromSoftware não é, em comparação, tão soft como as
obras virtuais as quais estou acostumado. Também vai da questão de público-alvo, pois ela tem um ritmo mais frenético e uma atmosfera sombria,
ensinando a duras penas o jogador a olhar para o lado e a se mover de forma
rápida, porém cautelosa, pelo cenário.
E é por isso que o davisinho adolescente
adquiriu o jogo! Veja bem: quando decido comprar uma aventura (mesmo esse hobby
sendo caro e, às vezes de preço injusto, aqui no Brasil) não fico muito preso
às especificidades técnicas e a noções de gráficos, física realista, bugs
e afins. Tendo a olhar mais a minha emoção, me perguntando “como será jogar
aquela obra". Assim como sou com muitos livros, uma capa legal e tramas
diferentes me atraem; preferindo ainda mídia física do que digital a fim de a
função touch não se restringir só à tela, kk.
Desenvolvendo-me como toda criança, queria
anular o que não saía de acordo, e passei uns bons anos de minha história
renegando uma condição que tenho: ataxia cerebelar. Profissionais da saúde já
falaram no passado que seria um erro me apresentar ao mundo dos games,
pois não iria conseguir ter a coordenação motora desejada e poderia me
frustrar. E, minha geração, ainda que viveu aquela era de ouro dos videogames —
quando um cartucho não vinha com gameplays por internet afora, no design dessas
obras não víamos setas ou sequer outra coisa mais brilhante para sinalizar a
passagem correta, e progressão e conquistas demoravam tempos maiores para serem
desbloqueadas, fazendo com que o jogador por ventura “perdesse mais tempo a
admirar” os cenários dos jogos e de quebra desenvolvesse melhor seu lado
detalhista e criativo — não contava com a possibilidade de jogos com uma maior
preocupação em acessibilidade ou port para outras plataformas. E... a
supracitada obra virtual resgata um pouco disso, pois a aventura ali pode ser
classificada como em estilo RPG de “mundo aberto”: seu personagem acorda em um reino
distante, mais especificamente em Things Betwixt; e de lá pode ir para
diferentes áreas, sem a indicação de “você está entrando em fase 2. Não seja
tão apressado, viajante! Volte quando tiver mais experiência, por favor”.
Desenvolvendo-nos no atributo fé, por exemplo, podemos requerer o milagre
“buscar orientação”, que pode revelar mais dicas pelo caminho, mas ainda é um
jogo que conserva a sua atmosfera sombria de “olhe por onde anda!” — claro, se
você não ficar tentado a ligar youtube.com, kk.
Então, assim seguirei... A sequência de
parágrafo “E, minha geração (...) ligar + site + kk” não estava no script
e desconfio que foi meu alter ego falando mais sobre o jogo. Como um opcional (comparando com videogames), vocês podem desconsiderar; ou, uma
vez que não há sinalização e os segmentos estão conectados igual a Dark Souls, acredito
que todo mundo já entendeu a dificuldade que é e como isso relaciona com a
minha condição de saúde. Tudo o que depende de esforço muscular para mim tende
a ser mais demorado; e um simples jogo de nossa querida From, apesar de quem joga
estar mais quieto ao conforto do lar, se torna um desafio psicológico e motor
para um cara que convive com ataxia.
Finalmente cheguei ao fim de mais esse
texto! =) Mas o castelo e suas portas da esperança, meus amigos, isso demorará
como miragem! Meus joelhos vão doer e eu, a gerir meus recursos atuais e a pensar
em novas rotas, para rimar, sei que vou sofrer. Mas, diante de um bom motivo,
que me traga fé (lê-se, evolução em atributos específicos: força, destreza e
vida) seguirei. Vai valer a pena essa minha saga do anel!
Quem ficou curioso sobre se alguma vez na
vida vi gameplays desses jogos na net... (kk, eu sei que você ficou na dúvida. Tenho
outro personagem focado em inteligência) afirmo que já vi muitos youtubers
jogando o game até mesmo antes de me sentir seguro para caminhar por tais arredores
sombrios. Deve de ter sido por causa da minha geração antiga, treinada para
explorar cada canto dos cenários; ou ainda de acordo com a minha particular
condição, de pessoa que via jogadores transpondo barreiras inimagináveis e
semi-impossíveis e que se perguntava “como ele fez isso?”. Pois é, hoje já
consigo, e estou conseguindo.
Davi
Dumont Farace.
08/12/2025