segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

A saga do anel.

     Olá, meu nome é Davi, e é uma alegria te receber novamente no meu blog roteirizarddf. O que você vai ler hoje aqui é mais um texto (claro, é um site de textos ué, kk); mas não um escrito comum tipo ensaio, artigo, história, crônica, poema. Fico ainda muito com o pé atrás em publicar isso, mas vejo que toda essa aventura tem relação com minha vida particular, com os desafios e conquistas que desejo que as palavras me concederão, e explica muitas coisas sobre como é o meu jeito de pensar e escrever hoje em dia.

     Então, quem acompanhou um story meu no instagram agora sabe que eu estou persistindo na conquista do Anel Ilusório Dos Exaltados, que no jogo de playstation Dark Souls II deixa a arma da mão direita invisível. Para tanto, terei de cruzar os arredores de Drangleic, abarcar algumas muitas almas em meu personagem, abrir as portas da esperança novamente... tudo sem sentar em uma só fogueira! — que é o checkpoint do jogo, o qual você usa para descansar, recuperar vida e restabelecer recursos, para novas e árduas empreitadas.

     Tempo passou, muita água correu por debaixo dessa ponte, e acho que tenho o jogo desde 2015 não é à toa. Esta franquia da FromSoftware não é, em comparação, tão soft como as obras virtuais as quais estou acostumado. Também vai da questão de público-alvo, pois ela tem um ritmo mais frenético e uma atmosfera sombria, ensinando a duras penas o jogador a olhar para o lado e a se mover de forma rápida, porém cautelosa, pelo cenário.

     E é por isso que o davisinho adolescente adquiriu o jogo! Veja bem: quando decido comprar uma aventura (mesmo esse hobby sendo caro e, às vezes de preço injusto, aqui no Brasil) não fico muito preso às especificidades técnicas e a noções de gráficos, física realista, bugs e afins. Tendo a olhar mais a minha emoção, me perguntando “como será jogar aquela obra". Assim como sou com muitos livros, uma capa legal e tramas diferentes me atraem; preferindo ainda mídia física do que digital a fim de a função touch não se restringir só à tela, kk.

     Desenvolvendo-me como toda criança, queria anular o que não saía de acordo, e passei uns bons anos de minha história renegando uma condição que tenho: ataxia cerebelar. Profissionais da saúde já falaram no passado que seria um erro me apresentar ao mundo dos games, pois não iria conseguir ter a coordenação motora desejada e poderia me frustrar. E, minha geração, ainda que viveu aquela era de ouro dos videogames — quando um cartucho não vinha com gameplays por internet afora, no design dessas obras não víamos setas ou sequer outra coisa mais brilhante para sinalizar a passagem correta, e progressão e conquistas demoravam tempos maiores para serem desbloqueadas, fazendo com que o jogador por ventura “perdesse mais tempo a admirar” os cenários dos jogos e de quebra desenvolvesse melhor seu lado detalhista e criativo — não contava com a possibilidade de jogos com uma maior preocupação em acessibilidade ou port para outras plataformas. E... a supracitada obra virtual resgata um pouco disso, pois a aventura ali pode ser classificada como em estilo RPG de “mundo aberto”: seu personagem acorda em um reino distante, mais especificamente em Things Betwixt; e de lá pode ir para diferentes áreas, sem a indicação de “você está entrando em fase 2. Não seja tão apressado, viajante! Volte quando tiver mais experiência, por favor”. Desenvolvendo-nos no atributo fé, por exemplo, podemos requerer o milagre “buscar orientação”, que pode revelar mais dicas pelo caminho, mas ainda é um jogo que conserva a sua atmosfera sombria de “olhe por onde anda!” — claro, se você não ficar tentado a ligar youtube.com, kk.

     Então, assim seguirei... A sequência de parágrafo “E, minha geração (...) ligar + site + kk” não estava no script e desconfio que foi meu alter ego falando mais sobre o jogo. Como um opcional (comparando com videogames), vocês podem desconsiderar; ou, uma vez que não há sinalização e os segmentos estão conectados igual a Dark Souls, acredito que todo mundo já entendeu a dificuldade que é e como isso relaciona com a minha condição de saúde. Tudo o que depende de esforço muscular para mim tende a ser mais demorado; e um simples jogo de nossa querida From, apesar de quem joga estar mais quieto ao conforto do lar, se torna um desafio psicológico e motor para um cara que convive com ataxia.

     Finalmente cheguei ao fim de mais esse texto! =) Mas o castelo e suas portas da esperança, meus amigos, isso demorará como miragem! Meus joelhos vão doer e eu, a gerir meus recursos atuais e a pensar em novas rotas, para rimar, sei que vou sofrer. Mas, diante de um bom motivo, que me traga fé (lê-se, evolução em atributos específicos: força, destreza e vida) seguirei. Vai valer a pena essa minha saga do anel!

     Quem ficou curioso sobre se alguma vez na vida vi gameplays desses jogos na net... (kk, eu sei que você ficou na dúvida. Tenho outro personagem focado em inteligência) afirmo que já vi muitos youtubers jogando o game até mesmo antes de me sentir seguro para caminhar por tais arredores sombrios. Deve de ter sido por causa da minha geração antiga, treinada para explorar cada canto dos cenários; ou ainda de acordo com a minha particular condição, de pessoa que via jogadores transpondo barreiras inimagináveis e semi-impossíveis e que se perguntava “como ele fez isso?”. Pois é, hoje já consigo, e estou conseguindo.

 

  

Davi Dumont Farace.

08/12/2025   

 

   

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