quinta-feira, 20 de junho de 2024

Astrologia

                Signos

Signos, signos, signos...

O signo gosta do signo.

O signo gosta do signo.

Signos, signos, signos... 

Signos gostam de signos 

Tanto quanto,

signos gostam de signos.

O signo gosta do signo.

Signos, signos, signos...

Significante & Significado.


Davi Dumont Farace.

Julho de 2.014


quarta-feira, 12 de junho de 2024

Love

 O Príncipe e a Amazona.

 

Bom dia, boa tarde, boa noite! Apolo e seu carro do Sol já nos abençoaram nesse novo dia 12, e não aguentava mais de aflição e insistência para publicar isso aqui. Retorno com ele especificamente hoje aqui, atipicamente sem ser quinta-feira, para um certo eufemismo daqueles que não tem e, também, para passar essa data unicamente para comércio.

Boa leitura a vocês, e juízo!

 

     Galopadas ouviam-se ao longe enquanto ela perseguia um trecho ao lado de dois caminhos vazios. O cavalo, de pelagem escura e vistas completamente despertas iguais à sua domadora, era conduzido com foco através daquelas planícies, depois, é claro, de terem passado por alguns percalços pelo caminho. A princesa, uma bela e valente amazona, outrora tinha visto em sonho a alguém que dormia, logicamente previsível, na torre mais alta de um castelo. Por alguma ou outra razão teve consciência de que aquilo era real e resolveu arriscar. Em dormência atrás de grossas plantas com pontiagudos espinhos, ele talvez não se permitia andar por suas próprias pernas e vivia solitário, em um universo à parte que podia, por ele e quase exclusivamente por ele, ter sido criado . No início, provavelmente fôra ela quem sonhou com o cara; pois... como ele podia começar a história naquele estado? Quer queira quer não ele estava dormindo, inerte na cama, e não podia fazer nada além de esperar. Porém, recentemente o rapaz de nossa história começou enfim a ter um pouco mais de consciência. E sua abstrativa mente poderia tê-lo ajudado, na medida do possível, a não perdê-la de vista. A princesa, se destacando no meio da multidão e mais concretista do que ele, não tinha medo do que podia enfrentar; talvez porque já tivesse lutado com dragões e feras muito maiores do que ela, em lugares onde o dormente príncipe provavelmente nem cogitava ir... Sobre isso, ela poderia ter parado com essas criaturas porque, ainda que fossem atrativos e cuspissem rajadas flamejantes por exemplo,  a garota se perdia em admirá-los demais, o que os dava chance para fazer de vítima uma cidade inteira, talvez, enquanto a pobre amazona ficava de refém. Buscando também uma aventura não tão perigosa mas não menos excitante (de certa forma, seria nova), achou melhor arriscar. Talvez aquela poderia ser a realidade esperada, ainda que em um primeiro momento não o fosse.

     Mas, por que aquilo somente estava acontecendo agora?  Ora, o príncipe da história já tinha passado a puberdade à muito. No entanto, o belo adormecido era pequeno ainda, não unicamente em seu tamanho, mas só tinha “acordado” para aquela vida agora. Antes, palavras e pokemon o ajudavam a preencher o tempo (contudo, mesmo com aquele novo concretismo se avizinhando, ele não buscava perder sua peculiar infantilidade). Tinha medo, medo de acabar a rotina. Medo de, assim como ela com os dragões e gigantes, entregar sua vida a uma pessoa estranha e esquecer-se de quem verdadeiramente era. Talvez seria difícil se reconstruir; talvez tinha que reconstruir-se de acordo com sua nova vida; talvez seria muito difícil... mudar. Não que ele não gostasse de mudança; as curtia até mais do que um homem poderia curtir, mas às vezes isso o atrapalhava. Quando se empolgava com uma coisa, deixava seu lado criança falar mais alto e..., é lógico que isso iria assustar qualquer pessoa alheia, a menos que essa criatura não fosse de carne e osso; ou seus pais, por exemplo. Também nunca tinha ligado para aquilo no tempo certo; sua vida inteira podia ser anacrônica. Como, talvez, um mago que gosta de brincar com o tempo, viajava mentalmente por todas as fazes da vida e não sentia-se todos os últimos 365 dias com 22 anos... Não, é claro que ele tinha suas crises existenciais de vez em quando e desejava estar junto de pessoas de sua idade. Porém, não falava todo o tempo sobre assuntos que pessoas de sua época se interessavam e isso o fazia ter mais amigos velhos do que jovens. Também, (isso não o incomodava muito antes, mas agora que o povo estava crescendo, ele estava na faculdade, indo mais para a academia e vendo todos aqueles marmanjos levantando trocentos quilos em cada exercício) não tinha um corpo assim de meninos de sua idade... Graças a Deus, estava se definindo agora, mas ainda era muito difícil ganhar massa muscular. Um cara que sempre (ou muitas das vezes) pensava demais antes de agir; uma pessoa que adorava escrever e reescrever seus contos várias vezes, recordando e imaginando coisas; inventando outras... esse era o príncipe.

     Enquanto o outro pensava e acreditava naquilo como outrora nunca tinha acreditado, ela corria por aqueles campos verdejantes como ninguém. O belo adormecido não queria chamá-la de “heroína” ou "salvadora" ainda, porque presumia estar muito cedo; ainda que ela o tirasse daquela torre e vivessem toda uma odisséia juntos. Podia ser, assim como podia só ser uma história mesmo. E, como histórias, podiam ter bruxas, aventuras incríveis, peripécias... podia até ser trocada ou apagada e voltar de novo graças à um beijo de amor verdadeiro. Então será que ele, em forma humana que estava, viraria um sapo no final da história? Ou o sapo-humano podia virar um príncipe de verdade pelo beijo de princesa? Preferia ele a segunda opção.

     Correndo pelas passadas do cavalo assim como o destino de ambos era, ou quem sabe fora, já traçado, nenhum nome ou coisa a respeito dela o vinha em mente. É claro que imaginava, e, como agora sentia que não estava tão “fissurado” em estudos e podia pensar mais em outros assuntos, ficava horas a imaginar. Imaginava ao ponto de escrever, escrevia ao ponto de sentir. ... Certa vez, alguém o falou que ele tinha que “saber pedir”. Pedir com mais foco, com mais desejo, visualizando todas ou boa parte das características da pessoa que queria ao lado. ... Pensando nisso, ele imaginou sei lá, uma loura arquiteta, mas isso foi mais utopia do que realmente desejo. Seria bom se ela fosse tipo assim um pouco muito diferente do que ele em algumas coisas; porque assim ela o poderia mudar assim como ele a mudaria, (para ambos encontrarem a medida das coisas, pensava ele). Se ela fosse mais “pra frente”, mais “de sair”, falasse o que viesse à cabeça e não fosse muito influenciada pela sociedade... aí seria bom demais. E podia realmente ser assim, afinal de contas ela era uma amazona, uma guerreira que não tinha medo de aventuras e possivelmente já teria vivido até muito mais do que ele. Se ela fosse mais “da noite” do que “da manhã”, com certeza isso acordaria o príncipe e o soltaria mais para a vida. Se sua princesa gostasse de coisas diferentes, o ex-belo adormecido poderia surpreendê-la com suas histórias e seu jeito único de viver a vida. 

     Geralmente, homem é mais de físico do que mulher, pensava ele em momentos de consciência, mas nessa história parecia diferente. Ele, lembrando entre risadas da loura arquiteta (que imaginou entre risadinhas bobas e tolas também), não conseguia imaginar em si a figura, ainda que pudesse rascunhar a alma. Isso foi meio RPG de falar, mas quando disse “alma”, queria dizer “qualidades e defeitos”; só para ser um pouco mais poético e pensar que tinha poderes, dois hobbies que pareciam essências à sua vida. Ainda sobre isso, nunca ligou tanto para aparências. Para ele, o que existia de mais bonito e duradouro era o interior, não o exterior.

     Porém, as horas se tornavam dias e ele achou mais prudente se distrair com outras coisas, talvez com jogos e estudos ou outras coisas, as quais talvez não devesse na época, ou ainda não falar tanto nela. Nesse intervalo, pensava alto ou então falava com Deus como um amigo distante. Tentava se distrair porque, embora ainda se sentisse na torre, um tempo atrás começou a querer sair por conta própria e confundiu-se pelo caminho; caindo sempre em alguma de suas primeiras armadilhas. Agora não sabendo o que fazer, fechou os olhos e escutou, pois assim lhe aclarariam mais as ideias.

     Circunspecto em sono, pôde sentir um espelho à sua frente; talvez até já o tivesse examinado, e ele ainda continuava lá, como se outrora já se tivesse mexido. Em verdade, aquele era um objeto (criado per ele, talvez) que velava-lhe o sono e o conservava assim. Devia ter alguma relação...

     Eles, enfim, estavam na direção certa do castelo. Não fosse o dormente criando inconscientes barreiras e obstáculos para os dois, a amazona chegaria mais rápido.

     - Princesa, boa tarde – um forte cavaleiro ajoelha-se ao lado de uma árvore e diz o nome. – Sou amigo daquele que procuras. Nós dois estudamos juntos nos tempos de colégio e há muito não o vejo também. Ele me enviou até vós, e se queres encontrá-lo, estás no caminho certo.

     A amazona riu e, com um pouco de desdém, fez sinal para o cavaleiro a seguir com seu cavalo também de pelagem escura. Ao percorrerem cenários cheios de vegetação e pedras, porém vazios de pessoas, o amigo de infância do príncipe contava para a guerreira qualidades e defeitos daquele que dormia, enquanto observava com minúcia qualquer movimento pelo caminho, pois a partir de agora poderiam estar sendo seguidos.

     Na torre, o espelho mirava o belo adormecido, contudo não refletia seu reflexo. A imagem, meio que presa por entre o vidro, era de uma senhora alta com um longo vestido azul escuro. Já que aquilo tudo era um peculiar conto de fadas, podia deduzir sobre aquela figura. Pelo menos ela não falava, somente o olhava com aqueles paralisantes olhos verdes e sua reluzente coroa prateada.

     - Então princesa, vai gostar de conhecer meu amigo. Ele é um pouco diferente, mas bem legal de conviver - o cavaleiro falou e logo depois avistaram uma placa que apontava para duas direções que depois de muito andar se cruzariam novamente. Uma dava acesso à uma floresta e a outra à uma ponte de madeira, com uma calma cachoeira depois.

     A amazona, ainda com uma cara de deboche, tomou a frente e foi para o lado da ponte, pois estava cansada de tanto andar e seu cavalo precisava também de irrigar suas patas. Ela era rápida e, quando o cavaleiro a avistou, a princesa já estava no trajeto caminhando para o final, enquanto o amigo do belo adormecido ainda se encontrava no meio da bifurcação. Uma rajada de vento cortou a passagem porém, e ela novamente estava sozinha.

     Como não era do gene dela parar e procurar outra saída sem terminar aquilo que tinha começado, mergulhou-se na cachoeira e espaireceu melhor as ideias. O fiel e corajoso escudeiro do príncipe ainda estava lá, sentado e sempre alerta, mas somente o que via eram névoas que avisavam o tempo frio que se avizinhava. Também, era longo o caminho de volta, e a princesa, agora distanciando um pouco do belo escudeiro, caiu em dormência e assim se passaram três dias.

     Ainda no castelo, o príncipe teve de ter extrema cautela para não deixar com que tudo fosse por água à baixo. Devo ter "criado" um monstro que viajou entre névoas, falava o adormecido naquela espera sem fim. Como ela está agora? Será que ela... se adormeceu, não existe mais; ou tudo foi só invenção minha?! Acorda, Davi! Ele alternava os olhos e observava ora à ela dormindo na cachoeira, ora o espelho que finalmente agora refletia a imagem dele que chorava, mas nunca mais fitava o vazio. E a figura de coroa prateada colocava o menino em xeque, caçoando dele e de seu jeito "estático" que não saía "para caçar", igual aos outros meninos de sua espécie. Porém, ainda que a vontade fosse cada vez maior de uns tempos pra cá, não sabia com tranquilidade fazer aquilo e já estava velho. Isso é... com 22 anos.      

     No exterior, a amazona acorda aflitamente e, percebendo que já se passou muito tempo, apanha apressadamente suas roupas e sai em busca do cavaleiro. Ele ainda vigia a estrada mas a amazona não o vê, ainda sob o efeito da névoa.

     (...)

    Ela fechou os olhos e concentrou-se. Imagens passaram à sua cabeça mas ela não ligou; e, com certo esforço e treinamento, preferiu não pensar no escudeiro e nem em seu cavalo, também negro e de pelagem convidativa. Sentindo o vento, golpeou o ar com sua espada, e já na primeira tentativa algo conciso caiu às folhagens. Ela não tinha tempo para voltar atrás, e correu como nunca em direção aos espinhos, que como GPS alertavam em sua mente o dúbio caminho. Achou melhor ir sem nada nem ninguém, e deixou seu cavalo pastando livremente à paisagem, dizendo-lhe "adeus, obrigado" em seus pensamentos.

     Ela entrou à torre sem esforço, pois magicamente a passagem lhe estava aberta. Mais do que aberta, escancarada e esperançosa isso sim, pela mente atônita do príncipe.

     Galgou até o último aposento; mas antes do famoso beijo de amor verdadeiro, tinham um desafio maior a cumprir: o estático espelho à frente. Contudo, o objeto tinha efeito somente sob a mente do ser que dormia, não na amazona por esta ser mais forte do que ele. Apesar de que "quem quebra espelho leva sete anos de azar", ela o partiu em mil pedaços com a mesma espada que antes tinha cortado a névoa.

     A madrasta, sinistra figura de olhares e coroa prateados, perdera enfim seu brilho. Ele estava livre da maldição! E, antes de voltarem, é claro, entrelaçaram-se em um lindo e demorado beijo de amor verdadeiro! O tempo ainda não permitia, mas ambos deixaram-se permitir.

     Mas, os perigos e percalços não tinham passado. Quebrada a maldição, o cavaleiro, que ainda estava a quilômetros de distância, os localizou e correu ao esteio para continuaram os três suas vidas fora dali.

     - Por favor, vá na frente e cuidado onde pisa! A madrasta não vive mais mas podem existir armadilhas - a princesa falou ao chegarem à grande porta do reino e parou, coisa que habitualmente não fazia, por um breve instante a observar a paisagem.

     As pessoas da vila eram educadas e igual ao príncipe, almejavam que aquela antiga e estranha torre, que fôra transportada para o reino não se sabia quando, fosse enfim destruída. Contudo por medo, aqueles moradores nunca ousaram entrar na construção; e os que tentavam eram impedidos graças à uma magia ou artimanha do próprio local..

     Ela cortou as grossas e espinhosas plantas que cercavam a vila e as mesmas não cresceram de volta, pois a madrasta não podia mais ordenar para que crescessem. Esquivando de obstáculos e guiados por uma coisa invisível que os puxava, pois a amazona agora sentia que "sua recompensa" estava perto, rompeu as madeiras da correta porta e chegou ao seu destino. O príncipe moreno-claro e de olhos castanhos estava sorridente à sua frente.

     Como sempre com cautela (eles eram mais calmos que o aflito príncipe), ambos percorreram com minúcia o pátio do castelo, a vila dos camponeses, e a saída da cidade, com sobretudo cuidado à forças invisíveis. Ganhavam mais confiança ao passo que avançavam; e sim, tiveram obstáculos ao trajeto, mas nada que, apesar do clichê, o amor não pudesse transpassar.

     Ao longe, viram a distante torre se desmoronar e o escudeiro tinha ficado para proteger os camponeses com seu escudo ainda não usado. A amazona voltou ao seu reino de origem, e retornou em algum tempo depois para a vila onde tudo aconteceu, acompanhada do príncipe de nossa história, e do cavalo de pelagem escura e vistas despertas, que com o desenvolvimento do tempo e do casal evoluiu para um alado hipogrifo, com assas em pêlos mais claros.

     A festa no povoado durou três dias e os dois prosseguiram em viagem.

 

 Belo Adormecido

Manhã do dia 4/10/2013 - quase 12:30 de um 2/6/2014 (mas esboçava esses sentimentos na primeira adolescência)

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Coisas Fora do Papel.

 Olá! Vocês lembraram o ritmo da música da semana passada? Nos tempos de minha mocidade, era bem envolvente.

  Pessoas, e contextualmente um escritor, têm muitas dúvidas e anseios na alma. Alguns criados possivelmente por outrem, outros impossibilitados por picuinhas alheias... No final todos sofrem, e estamos aprendendo a seguir e a lidar com o nosso Dharma interior. Respeitando, mas sem ser escravo de regras alheias sem sentido. Pois todo mundo é único, e que bom que é assim!

 Vocês já se perguntaram como seria a vida e futuro de Ariovaldo se ele não tivesse ido para o Rio? Ou, se professor Dante não tivesse adoecido, ou fosse se tratar em outra cidade, talvez sozinho e/ou mais próxima do Maranhão? E se Débora, a mãe da menina Chiara não tivesse pêgo aquele trânsito e/ou falado ao celular aquela noite, e não tivesse acontecido o que aconteceu? Talvez se <<pêgo>> fosse certamente gramatical e não o, que parece feio pra mim, <<pegado>>? (...)

 Quem gostou dessa Travessia de dúvidas & possibilidades, bata palmas; pois continuemos em nossas construções da verdade.

                                                                   - S. E. S -

A vida é feita de “ses”. Se ontem fosse hoje, se hoje fosse ontem, se amanhã fosse depois. Quando penso (ou se é que eu penso) que a vida é feita de “ses”, acho-me dentro dos olhos do eu. Pois/ feroz verossimilhança verossímil vero similar de um gado que não seja verídico/ deveras as pessoas não poderão se contentar com os “ses” somente do hoje, pois senão os jogos seriam ao menos previsíveis...e  eles não gostam disso.

Ou quem pode saber, idaí? Ditaduras da alma do ser inerente e a parte das letras... O mundo chamará sempre mais pessoas que não se contentarão em serem somente colírios e colírias; literatas, físicos, matemáticos, historiadores, filósofos, artistas, revolucionários, românticos, cientistas, coro, legião. E “ses” eu (pequeno que sou) matasse os monstros e desbravasse novos horizontes, e “ses” eu fizesse revoltas porque não concordasse com os arrochos de meu tempo, e “ses” eu tivesse o poder de mudar as concepções de arte, a política, verdades que antes se diziam absolutas. A lei perfeita e imperfeita das coisas.

Quero demais. (Pensando bem, não ouso querer para não perturbar o sono do dragão que dorme de olhos abertos). Queremos mais, juntos iremos conseguir tudo nesta e em outras vidas. Como vemos esses ramos de tulipas, bromélias, alecrins, cravos que florescem no jardim da janela aberta são muito mais do que aparentam ser; ilusões de óticas do oriundo mundo das ideias de Platão. Então, longe de mim para tentar comprovar isso (muito menos cineticamente) mas... fica aí a pergunta: -Existem outros?

Não possuímos, outros possuem, não possuem e voltam a ter o desejo de ter... de ser o Homo sapiens sapiens. O borrão de tinta roxa na alma é um laranja tão arrochado que chega a se tornar um amarelo invisível que conseguimos ver. Mas, como podemos ver se não sabemos certamente o que enxergar? Paixão calada, amor inocente, metáforas velhas de um doido que sabe. Sabe, sabia, saberei; saberástes dizer o que você acha que sabe e um dia seco de primavera não saberá mais? Convida-me para entrar em teu oráculo escuro, quero experimentar tua respiração, teus sentimentos claros e obscuros para mim. Quero o remédio para me curar do mal que ainda virá.

Todavia ainda tenho medo! O grito estampado em Munch pede-me para senti-lo em meu corpo... Ele, ou apenas parte dele, me assombra e me alumbra com a sua luz negra. Não tenho medo do vampiro que vem sugar todo meu sangue, ... , contudo tenho fobia do mal inesperado e também do bem esperado / Isso me dá aflição. Não gosto do martírio do ser; poderia escrever coisas infestadas de atrozes goticidades e fazer letras banhadas em sangue nu, o que daria um belo romance policial, mas isso não seria bom e sensato. Quero ser mais redondo. Quero ser como o sol que engrandece.

Mas não sei se posso (ou ao menos não sei se devo). Angústia apalpável do ser que é e que não foi... Sinta-me, oh “Livro dos Prazeres”, sinto que estou lendo Freud... Ele fala que você já nasce com três males pré-determinados; o de envelhecer, o de saber viver e conviver com o meio; e o de aprender a conviver com o outro. O outro de mim será o eu ou será o ele? Essa cultura pop intrometida se mescla com a cultura erudita atrometida dos tempos. Os outros consomem tantas coisas que não precisam consumir; ideias, paradigmas, conceitos, moral, aborto, mensagens, coisas supérfluas na feira do capitalismo perambulante que ruge ferozmente como uma galinha.

Os conceitos de hoje estão mudando (volto a falar), não sei se é por causa dos outros que querem ter o prazer de “controlar” as mentes alheias a partir das famosas mensagens subliminares. Deveras...há, para quem ainda não se ligou somos controlados e “adestrados” por outros e outras já em nosso calmo tempo de infância. Nos dias atuais; nos programas lindos infantis (tão meigos que fazem chorar de alegria); em propagandas dos mais variados gêneros; em músicas bobas; quadros... Nosso cérebro pode ser corrompido. Os nossos rápidos sentidos não percebem, ou ao menos se distraem com outras coisas bobas, mas nossa massa cefálica decodifica o que eles querem. Apologia ao sexo; símbolos ou gestos satânicos; homossexualidade; uso de drogas; conceitos de moral e/ou imoralidade; e lógico, se preferir, outras coisas de caráter apelativo... E assim almas com pré-disposição se afloram e isso, chamo de escravidão inocente.

Os outros têm de acompanhar o andamento da carruagem para não serem mais uns foras do contexto das coisas. Pois bem, acho que era um tigre que eu avistei ontem na serra, ou um leopardo que parecia um tigre (queria se vestir de tigre; tinha olhos, boca, patas, pelo; mas não era um). Se você não quer ser o que você é, para que existir? Por qual causa, motivo, razão ou circunstância você tem de se maquiar com coisas que não gosta? Liberte-se da nova ditadura do ser. Mas eles acham que não, acham aquilo que não sei o que é ser o achamento do achar ainda que ninguém o ache.

Penso logo existo (essa é uma frase clichê, eu sei) alguns dizem por aí que falo sozinho, acredito que apenas penso alto. Você não pode se dar ao luxo de observar e refletir calado sobre as coisas – tu tens que abrir portas – mas para isso precisamos encontrar a(s) chave(s) mesmo que elas sejam imateriais. Acho admirável essa enxurrada de coisas novas que estamos aprendendo nas escolas... <decerto estou eu a falar de escolas da vida, sem desmerecer aquelas de quatro paredes somente que também contribuem para abrirmos as portas>. Acho que muitas das pessoas têm o mínimo de duas profissões, já nascem com o desejo oculto de serem professores(as) e com o outro de serem aquilo que querem ser. Ora, desde que nascemos, temos alguém que nos ensina a dar nossos primeiros passos, a falar as nossas primeiras palavras, a pintarmos as nossas primeiras cores; logo, temos o desejo de passar isso para frente... Isso é a verdadeira educação, a lição que não se encontra nos livros didáticos.

Como vemos, temos que pensar demais, querer demais nessa vida (mas não ousamos querer para não acordarmos os dragões que dormem de olhos abertos)... <E “ses” fosse assim e não assado?>. Doido eu... mas isso é uma história para um outro dia!

 

 

Davi Dumont Farace 27/11/2010. 

   

A saga do anel.

     Olá, meu nome é Davi, e é uma alegria te receber novamente no meu blog roteirizarddf . O que você vai ler hoje aqui é mais um texto (cl...