Olá! Vocês lembraram o ritmo da música da semana passada? Nos tempos de minha mocidade, era bem envolvente.
Pessoas, e contextualmente um escritor, têm muitas dúvidas e anseios na alma. Alguns criados possivelmente por outrem, outros impossibilitados por picuinhas alheias... No final todos sofrem, e estamos aprendendo a seguir e a lidar com o nosso Dharma interior. Respeitando, mas sem ser escravo de regras alheias sem sentido. Pois todo mundo é único, e que bom que é assim!
Vocês já se perguntaram como seria a vida e futuro de Ariovaldo se ele não tivesse ido para o Rio? Ou, se professor Dante não tivesse adoecido, ou fosse se tratar em outra cidade, talvez sozinho e/ou mais próxima do Maranhão? E se Débora, a mãe da menina Chiara não tivesse pêgo aquele trânsito e/ou falado ao celular aquela noite, e não tivesse acontecido o que aconteceu? Talvez se <<pêgo>> fosse certamente gramatical e não o, que parece feio pra mim, <<pegado>>? (...)
Quem gostou dessa Travessia de dúvidas & possibilidades, bata palmas; pois continuemos em nossas construções da verdade.
- S. E. S -
A vida é feita
de “ses”. Se ontem fosse hoje, se hoje fosse ontem, se amanhã fosse depois.
Quando penso (ou se é que eu penso) que a vida é feita de “ses”, acho-me dentro
dos olhos do eu. Pois/ feroz verossimilhança verossímil vero similar de um gado
que não seja verídico/ deveras as pessoas não poderão se contentar com os “ses”
somente do hoje, pois senão os jogos seriam ao menos previsíveis...e  eles
não gostam disso.
Ou quem pode
saber, idaí? Ditaduras da alma do ser inerente e a parte das letras... O mundo
chamará sempre mais pessoas que não se contentarão em serem somente colírios e
colírias; literatas, físicos, matemáticos, historiadores, filósofos, artistas,
revolucionários, românticos, cientistas, coro, legião. E “ses” eu (pequeno que
sou) matasse os monstros e desbravasse novos horizontes, e “ses” eu fizesse
revoltas porque não concordasse com os arrochos de meu tempo, e “ses” eu
tivesse o poder de mudar as concepções de arte, a política, verdades que antes
se diziam absolutas. A lei perfeita e imperfeita das coisas.
Quero demais.
(Pensando bem, não ouso querer para não perturbar o sono do dragão que dorme de
olhos abertos). Queremos mais, juntos iremos conseguir tudo nesta e em outras
vidas. Como vemos esses ramos de tulipas, bromélias, alecrins, cravos que
florescem no jardim da janela aberta são muito mais do que aparentam ser;
ilusões de óticas do oriundo mundo das ideias de Platão. Então, longe de mim
para tentar comprovar isso (muito menos cineticamente) mas... fica aí a
pergunta: -Existem outros?
Não possuímos,
outros possuem, não possuem e voltam a ter o desejo de ter... de ser o Homo
sapiens sapiens. O borrão de tinta roxa na alma é um laranja tão arrochado que
chega a se tornar um amarelo invisível que conseguimos ver. Mas, como podemos
ver se não sabemos certamente o que enxergar? Paixão calada, amor inocente,
metáforas velhas de um doido que sabe. Sabe, sabia, saberei; saberástes dizer o
que você acha que sabe e um dia seco de primavera não saberá mais? Convida-me
para entrar em teu oráculo escuro, quero experimentar tua respiração, teus
sentimentos claros e obscuros para mim. Quero o remédio para me curar do mal
que ainda virá.
Todavia ainda
tenho medo! O grito estampado em Munch pede-me para senti-lo em meu corpo...
Ele, ou apenas parte dele, me assombra e me alumbra com a sua luz negra. Não
tenho medo do vampiro que vem sugar todo meu sangue, ... , contudo tenho fobia
do mal inesperado e também do bem esperado / Isso me dá aflição. Não gosto do
martírio do ser; poderia escrever coisas infestadas de atrozes goticidades e
fazer letras banhadas em sangue nu, o que daria um belo romance policial, mas
isso não seria bom e sensato. Quero ser mais redondo. Quero ser como o sol que
engrandece.
Mas não sei se
posso (ou ao menos não sei se devo). Angústia apalpável do ser que é e que não
foi... Sinta-me, oh “Livro dos Prazeres”, sinto que estou lendo Freud... Ele
fala que você já nasce com três males pré-determinados; o de envelhecer, o de
saber viver e conviver com o meio; e o de aprender a conviver com o outro. O outro de mim será o eu ou será o ele? Essa cultura pop intrometida se mescla
com a cultura erudita atrometida dos tempos. Os outros consomem tantas coisas
que não precisam consumir; ideias, paradigmas, conceitos, moral, aborto,
mensagens, coisas supérfluas na feira do capitalismo perambulante que ruge
ferozmente como uma galinha.
Os conceitos de
hoje estão mudando (volto a falar), não sei se é por causa dos outros que
querem ter o prazer de “controlar” as mentes alheias a partir das famosas
mensagens subliminares. Deveras...há, para quem ainda não se ligou somos
controlados e “adestrados” por outros e outras já em nosso calmo tempo de
infância. Nos dias atuais; nos programas lindos infantis (tão meigos que fazem
chorar de alegria); em propagandas dos mais variados gêneros; em músicas bobas;
quadros... Nosso cérebro pode ser corrompido. Os nossos rápidos sentidos não
percebem, ou ao menos se distraem com outras coisas bobas, mas nossa massa
cefálica decodifica o que eles querem. Apologia ao sexo; símbolos ou gestos
satânicos; homossexualidade; uso de drogas; conceitos de moral e/ou
imoralidade; e lógico, se preferir, outras coisas de caráter apelativo... E
assim almas com pré-disposição se afloram e isso, chamo de escravidão inocente.
Os outros têm de
acompanhar o andamento da carruagem para não serem mais uns foras do contexto
das coisas. Pois bem, acho que era um tigre que eu avistei ontem na serra, ou
um leopardo que parecia um tigre (queria se vestir de tigre; tinha olhos, boca,
patas, pelo; mas não era um). Se você não quer ser o que você é, para que
existir? Por qual causa, motivo, razão ou circunstância você tem de se maquiar
com coisas que não gosta? Liberte-se da nova ditadura do ser. Mas eles acham
que não, acham aquilo que não sei o que é ser o achamento do achar ainda que
ninguém o ache.
Penso logo
existo (essa é uma frase clichê, eu sei) alguns dizem por aí que falo sozinho,
acredito que apenas penso alto. Você não pode se dar ao luxo de observar e
refletir calado sobre as coisas – tu tens que abrir portas – mas para isso
precisamos encontrar a(s) chave(s) mesmo que elas sejam imateriais. Acho
admirável essa enxurrada de coisas novas que estamos aprendendo nas escolas...
<decerto estou eu a falar de escolas da vida, sem desmerecer aquelas de
quatro paredes somente que também contribuem para abrirmos as portas>. Acho
que muitas das pessoas têm o mínimo de duas profissões, já nascem com o desejo
oculto de serem professores(as) e com o outro de serem aquilo que querem ser.
Ora, desde que nascemos, temos alguém que nos ensina a dar nossos primeiros
passos, a falar as nossas primeiras palavras, a pintarmos as nossas primeiras
cores; logo, temos o desejo de passar isso para frente... Isso é a verdadeira
educação, a lição que não se encontra nos livros didáticos.
Como vemos,
temos que pensar demais, querer demais nessa vida (mas não ousamos querer para
não acordarmos os dragões que dormem de olhos abertos)... <E “ses” fosse
assim e não assado?>. Doido eu... mas isso é uma história para um outro dia!
Davi Dumont Farace 27/11/2010.
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