— Caso abras o bico, ou ouses, de mesma
forma, colocar isso em alguma composição por aí, não duvides tu de que saberei.
Reluto-me, mas, devido ao contexto e ao passado, espero poder contar com a tua
discrição.
O cavaleiro estava à casa do homenzinho
petulante, e à sequência iria confiar-lhe um fato que lhe ocorrera em uma de suas
andanças, especificamente no estreito gelado entre o memorável cenário outonal
e as terras de ventos e espirais mais fortes que serviriam de morada para dois dragões
deveras antigos, tão enigmáticos e divinos que suas existências
oscilavam, para muitos, entre a dúvida e o medo. Ninguém em sã consciência
cogitava ir para lá, e os heróis que tentavam desobedecer a ordem do destino
ponderavam de última hora os agraves e as recompensas da viagem, preferindo
ficar à segurança de suas lutas já conhecidas. O cavaleiro não era de traçar
paralelos, mas via o mapa até a casa do circense como um de seus “desafios”,
pois teve de se despojar de ego e altivez para misturar-se ao que havia de mais
incerto e tolo segundo ele.
Devido
aos tempos sombrios que ainda não pressagiavam mudanças, inclusive o lar do ex-servidor
real era escondido, de difícil acesso, no interior de uma floresta de troncos
grossos, alguns espinhos e densas névoas. No entanto, ter uma imensa gárgula no
quintal não era uma coisa que se podia de fato “esconder”, além de a criatura
se relutar a vagar e descansar no Mundo Cerúleo de vez em quando.
Ele esperou com que a inusitada guarda-costas
se afastasse, protegendo e dando como certa a caçada da companheira do amigo.
Ficou feliz pelo homem ter encontrado alguém, certamente com a paciência, ou
uma fingidez necessária, para aturar o gênio fora dos padrões. Devia ser a
parte “mais objetiva e certa” do casal. Que bom, então!
v
Hesitou diante da porta, mas anunciou sua
chegada. Era uma tarde de verão, e o dono da residência estava, como o
previsto, enfurnado ao seu ofício de escritor.
— Não... espera aí! Conheço esse toque. —
A escrivaninha onde escrevia ficava de costas para passagem e à frente de uma
janelinha, de onde se via sua bela e rica plantação de hortaliças, sobretudo
alfaces e abóboras, que compondo o conjunto da obra, certamente renderia
prêmios, se existisse à época um concurso para aquilo.
Concedeu descanso à pena e, melhor ajeitando
as roupas, seguiu feliz ao objetivo entre saltinhos e risinhos. Claro,
não havia como ele saber de antemão quem era apenas pelos sons na madeira; mas
o homem, sempre em suas inovações mágicas, implementara um potente sistema ao
redor da casa que o avisava se o visitante era conhecido ou não. Muitas das
vezes, sua querida esposa demorava quando saía pela floresta a caçar, e os
dois, cada um em sua zona de conforto, aproveitavam ao máximo a fazer coisas
que a vida de casal não permitia. Ellória sentia um pouco de ciúme bobo das
histórias do homem sobre a tal figura lendária, e atualmente o homenzinho
petulante se esforçava para não o trazer mais nem à memória. A vida tinha
seguido por caminhos diversos! E que bom que o projeto de bruxo-escritor, ou de
escritor-bruxo, encontrou aquela mulher clara de sardas que unia a doçura de um
lindo e comovente lirismo sem fim com a objetividade necessária do dia a dia.
Perguntava-se, porém, por onde andava o cavaleiro. Onde suas distintas
passadas...
— Não creio, não creio! Os meus olhinhos
azuis me estão a me enganar ou será mesmo verdade que os vossos distintos e
silenciosos passos hoje se encontram aqui? Em minha humilde residência?!?!
Ellória, minha querida esposa e consorte, não acreditaria! Até eu mesmo, devo
dizer que estou sobremaneira estupefato! Não sou digno, oh... deveras.
O cavaleiro, entrando, pensou em falar
algo. Mas não seu ao trabalho e apenas franzia a testa para o homem, mostrando
sorrisos amarelos. Era melhor não retrucar, não forçar nada e, pelo menos por
enquanto, não aborrecer o velho amigo com narrativas e detalhes a esperar que
sua amada retornasse de seus afazeres. Até ele se surpreendeu por chegar a tais
conclusões.
Celeremente, trouxe duas cadeiras de cedro
para uma mesa no centro da sala, e servia um resto de uma deliciosa sopa de
abóbora que ainda conservavam sobre um caldeirão. O anfitrião já iria por lenha
para cozer o alimento, mas discretamente a mão esquerda do hóspede requentou a
comida ao ponto aceitável. Sem nada a dizer, repetiu a façanha sob a tigela do
amigo, e este achou emocionante aquela gentileza.
v
Sem cerimônia, terminou o caldo com a
mesma rapidez de que chegou na casa. Eram meio tristes aquelas atitudes e o
ex-servidor real tivera tido bastante tempo para acostumar com a “objetividade”
do forasteiro. De mesmo modo em que reparou em seu ensopado que se esquentara
minutos atrás, ficou observando aquela ação como se fosse um quadro
contemplativo.
Não atoa ele era um herói, e por isso
também conseguia sobreviver vagando àqueles tempos sombrios: executava cada
ação como se fosse única, realizando uma somente após a conclusão da anterior.
Em um futuro, descobririam inclusive que dito comportamento seria
biologicamente explicado um dia, e o homenzinho petulante nutria um desejo
forte para conseguir ter uma longa vida, mas a quase-eternidade ultrapassaria
equilibradamente os limites da magia. Preferiu dedicar-se ao presente e aproveitar
o momento de epifania que o destino os tivera preparado. Foram os Deuses, os
quais o cavaleiro de maneira séria e imparcial, não fazia distinção em clamar;
teria sido especificamente Marika, que à visão do dono da casa, contribuía para
juntar fé e razão assim como outrora o fez com sua união a Radagon; ou mesmo um
leve e banal acaso, de certa forma modificado pelas convicções e atitudes de Gislana
e sua singela flauta? Eram tantas variáveis e possibilidades!
Olhando-o fixamente nos olhos, ele começou
o que seria um relato de mais uma de suas aventuras. O outro tudo ouvia,
circunspecto a tomar a sopa. Era bom, mas curioso e um pouco estranho para ele,
o papel de ouvinte:
— (...) E
então, eu... forte e bravo nobre cavaleiro, como tu mesmo o dizes, cai ao mar
gelado... Desconfio que estejas se perguntando agora sobre o motivo de ter
iniciado minha “odisseia” pelo final. Apesar de ter sido uma boa luta, o que
aconteceu já se torna passado, não nos cabe reverter o curso do rio. — Mas que
metáfora linda que, mesmo sem perceber, meu amigo concluíra de sua frase! Não
sei sobre os azares que lhe ocorreram desde nossa partida, no entanto bem posso
desconfiar que vislumbrara cenários de rios escondidos ou tramas misteriosas
que desafiavam talvez a lógica do mundo e a racionalidade comum do ser humano.
Sentia-me, tal qual um imaginativo infante, preso à narrativa desde o início. —
Como cheguei até ali, os poderes dragão que firme em minha verdade abarco em
meu coração... talvez não lhes sejam dignos. Muito relutei-me em avançar até
aqui... e estava certo e em paz à certeza de jamais o reencontrar; pois grande é
o mundo, e difusos são os seus caminhos.
A criança interior que ouvia o tal “conto
da carochinha” da vez se exaltou em animação como se estivesse voando com a
gárgula até o mais alto das estrelas. Por isso também a inversão de papéis a
mim me era estranha! Vou tratar de finalizar esse brodo em um az e traz, meus
olhos e meus sentidos deverão tomar 100% de atenção a meu amigo lendário.
— Cruzei vales, planícies, planaltos e
depressões... Trabalhei corpo e mente para os acasos e adversidades que
estariam por vir... Acredito que conservei um olhar iminente a tudo o que
poderia se colocar à minha volta. Mas parece que nada disso adiantou! Somos
pequenos frente à grandiosidade do destino. A magnificência do mundo e os seus
variados cenários e possibilidades apenas reforçam nossa pequenez. ...
O ouvinte, que já estava quase na metade
de sua tigela, sentiu que o hóspede iria falar algo mais. Ele já tinha tomado
como certo que o cavaleiro era uma pessoa forte e capaz, jamais chegaria a seu
conhecimento uma cena de lamúrios e tristeza protagonizada pelo amigo, e o dono
da casa não sabia o que fazer diante daquela quebra de paradigma.
O caldo poderia esfriar, mas o homem
pousou a colher à mesa e novamente olhou para o viajante. Só, que daquela vez,
não era como os outros olhares piedosos de minutos atrás, mas sim uma mirada
mais objetiva e meio cética, tal qual Ellória enquanto elaboravam as suas
composições em coautoria. Sentindo coragem, ateve-se, mas depois falou:
— ... De pequenez e disparidades de
tamanho, pode deixar, pois eu entendo bem. E... ora vamos, nobre estrangeiro!
Fazes muito continuamente a atravessar teus limites. Caso tivéssemos apenas um
tipo de pessoa no mundo, por exemplo, um plebeu baixinho que só fica na fala e
nunca age propriamente dito, imagine o quão anódino e insípido seria. — Não
teve como não parar nos dois adjetivos que significavam, respectivamente, “sem
efeito \ sem força” e “sem graça \ sem vigor”. Ele riu retoricamente de sua
cara, mas logo em seguida continuou: — Vede, cavaleiro, nos tempos de meus
antepassados acreditava-se que a Terra era plana. Foram as descobertas, movidas
pelo comércio e pelas grandes navegações, que se ampliaram visões e, como
portas abertas, abriu-se o mundo. Difíceis podem ser os obstáculos... colossais
exemplificando com o meu tamanho..., mas “passar para o outo lado” reforça-nos
em ego e desejo. Temos de acreditar que somos capazes, e talvez, um dia e com
treinamentos adequados, sejamos! — Apesar de, na maior parte do tempo, ser
mesmo um “homenzinho petulante”, o emissário da mensagem tinha horas de
sanidade e ponderação. Escolhera as palavras “ego \ desejo \ treinamentos
adequados” e toda uma engenharia linguística não à toa. No mais, ficou a pensar
se aqueles conselhos motivacionais poderiam se converter em profissão no
futuro.
— (...) E então, caía ao mar gelado. Iria
fazer frente a Borealis, o dragão de gelo que sobrevoa a grande área conhecida
como Montanhas dos Gigantes, mais especificamente no Grande Lago Congelado.
Usei, adaptando-me a vós, ex-lacaio real, o verbo no presente pois digo que a
criatura dracônica ainda pode ser vista sobre os picos. — Levantou-se, e a fim
de renovar seus pulmões, caminhou para a janelinha aberta e admirou a plantação
bem cuidada do homem. A cena lhe recordava passos de um antigo monarca, em
mesma nostálgica atitude a sentir o perfume de lírios e papoulas. Mais ainda (e
ele até mesmo se assustou, por nunca ter pensado sobre aquilo), reviu em sua
mente o sorriso de Tamara e o esboço ameaçador da fera, seu objetivo final. O
wyrm que lá se escondia poderia sim, ser colocado entre os antagonistas (pois
sua figura roubava a paz de reino e o sustento dos mineradores); porém outros,
os que vagavam nas distantes terras vermelhas, por exemplo, não tinham feito
mal algum (pelo menos não que o cavaleiro soubesse), e talvez não seria bom
matar as pobres criaturas só por matar, ou unicamente porque elas eram
diferentes em biologia dos humanos, fato que a humanidade os rotulava como
monstros.
Previa que também era seu treinamento
justamente aquilo: saber dosar emoção quando entrava em terrenos escorregadios
de memórias e palavras tolas. O que tinha acontecido já era passado, ora! Não
podiam, como ele próprio até recentemente falou, mudar o fluxo e o caminho
natural do rio.
Tratou de deixar o sentimentalismo e o
dilema ético fora da conversa, e voltou para a mesa, como se fosse voltar para
uma partida de xadrez, já a elaborar em estratégia e zelo o aguardado
xeque-mate:
— Desconfio que em vossas fábulas ou
apresentações já tenhas passado por isso, mas saiba que, enquanto caía ao mar
gelado achando que eu estava próximo do fim, o dragão falou comigo! E, para meu
espanto, não fora em qualquer língua estrangeira dos bárbaros pelo mundo afora;
mas sim em meu próprio idioma.
Com aquilo, ele fez uma pausa dramática e
o amigo ficou em choque, de uma maneira boba, mas incompreensivelmente estático.
Podia se lembrar ainda dos antigos dizeres do majestoso animal alado que
guardava a chave: “bona vala mībo taobe iksos daor”. Fora inaudível para
ele à primeira instância, lógico, mas depois secretamente estudou e achou ter
descoberto até mais do que o próprio amigo desbravador um dia poderia ter a
audácia de descobrir. O bicho se comunicou em uma língua própria de criaturas
dracônicas, com sons e gramática como selos de cera que se adaptariam a um fluido
linguajar reptiliano. Estudando, e voltando ao contexto da transmissão da
mensagem, desconfiou que a melhor tradução seria “este homem não é o pequeno
garoto”. E, era legal e algo à frente do seu tempo (como o ignóbil ser ouvira
tal blasfêmia, mesmo em um código escondido, de um estranho com outras andanças
e biologias?), mas com medo de achar-se deveras doido, não saiu contando a descoberta
nem para sua esposa. Pela escassez de mais evidências e recursos, tivera de
abandonar o possível sonho e retornar à realidade banal dos idiomas humanos.
Ainda sobre aquilo, talvez no futuro alguém separasse mais certamente o que
viria a ser de fato “língua” e o que se entenderia por “idioma”.
Mas, contudo, todavia, senão, porém,
entretanto, aliás, estava lá e lá mesmo tinha de ficar (como em suporte para o
delírio delirante do cavaleiro)! Ouviu, finalmente, o final; com a sopa já finalizada:
—
Parece que... ainda não estou convencido disso, e dói-me afirmar. Mas, ora
vamos... Receio que tenhamos um ancestral comum.
— Amigo! Sois um nobre, e por conta disso, eu
também duvido que tal afirmação seja verdade. — Media as palavras como se fosse
Ellória a aconselhar ele próprio. Poucas vezes teve similar sensação, e gostou
daquilo. — Não obstante, temos de analisar agora qual teoria a qual estamos a
falar. Há três principais: a visão dominante em nosso tempo contemporâneo, onde
acredita-se que todos viemos como filhos diretos ou bastardos de Adão e Eva. E
falo “bastardos” pois tem-se que “todos os homens descendem do ser de barro, e
por ele entrou o pecado no mundo”. Existe também quem tende conciliar fé e
razão, enxergando na humanidade uma única linhagem, unida pela alma racional
criada por Deus. E podemos ver ainda outras explicações mais sólidas, em que a geração
única de Adão foi dispersa após o dilúvio de Noé; e a diversidade dos povos vem
pelo fato dessa mesma gente ter sido espalhada pelo mundo todo, sujeita à
insolação, trocas de claridade entre claro e escuro, e as demais intempéries do
tempo. De qual vertente estamos falando, amigo e nobre cavaleiro?
Ele riu, mas logo voltou com suas preocupações e cara fechada, pois não sabia
quanto tempo a mais teriam longe das vistas da dona da casa. Sobremaneira, o
nobre não desejava que ninguém mais soubesse, e... como se algo insurgisse
contra o homem, suava frio e foi difícil fazer o brutamontes se acalmar. No
entanto, não corria um perigo real e os azares da ultima empreitada que se
tinham passados. Mesmo trêmulo, continuou o assunto:
— Creio que seja da última. Quisera eu me prestar a falar somente da
origem de povos e de monstros no geral. Mas o assunto tange... nossas linhagens;
especificamente a tua e a minha! (...) Ouvi o dragão se comunicar comigo em
minha própria língua pois, ao que as circunstâncias indicam, pertenço a linhagem
dos cavaleiros dracônicos, e por isso meu corpo e sentidos atraem-se às
passagens dessas feras, e meu coração está apto a receber o dom dos poderes de
tais criaturas.
— Minha nossa. Não cre... — Ele iria soltar mais um de seus bordões
exclamativos e estupefatos, mas vendo a impaciência do amigo e as suas olhadas
pela janela, viu que o Sol já caminhara celeremente para o oeste, dadas às
sombras agora mais visíveis em suas abóboras. Mudando então para uma postura
mais imparcial e direta, falou com o homem fitando-o apenas no olhar, de igual
para igual, sem pegar nas mãos ou chorar de emoção: — Supondo que tal revelação
seja verídica, isso faz-me também um cavaleiro de dragão. Na tentativa de
abrandar vosso ânimo, revelo-lhe que já pude escutar, de mesma forma, uma
criatura alada certa vez. No entanto, ouvi apenas uma frase, e em sua própria
língua. Contra fatos, criteriosamente não há argumentos. O legado pode ser
verdade. — Usaria uma outra palavra que não fosse tão fatídica como “criteriosamente”,
mas o destinatário era um sujeito objetivo, e abrilhantando com “legado” na
última frase, deu à expressão um sabor de conquista que só o estrangeiro
poderia fazer.
— Aldreda, tua parenta, fora minha ancestral; isso tomando por verdade que
a patranha do dragão seja um fato consumado. Graças aos Deuses, se em algum
momento da história existiu registros, perderam-se nas areias do tempo. Fico
somente com os assombros de tal estapafúrdio conto. Como poderemos então ser
contemporâneos, se Aldreda é parente de oitava geração de Gislana, que é uma
ancestral tua, sendo que essa mesma personagem é uma prima distante de minha vó,
pois a tal garota que via pontinhos azuis e que por isso fora levada da vila
agora é aquela que me introduz ao Mundo Cerúleo? Não faz sentido.
— Viajante! É mesmo uma boa história, tecida em múltiplas roupagens e
reviravoltas possíveis. Poderíamos solucionar, juntos este problema. Mas o Arto
Rei já vai de galope a atravessar os montes, e prevejo que minha consorte logo
chegará. Continuarei levando esta minha vida tranquila de camponês circense, e às
andanças que agora me chegam eu buscarei no mais completo sigilo sobre ecos
deste passado que se faz assustadoramente presente a nós. De mesma forma,
procurarei em minha residência e em lugares aos quais transito livros ou
evidências dos tempos mais obscuros da criação. Obrigado, nobre e bom cavaleiro;
mal vejo a hora de desvendarmos este enigma.
Sem tirar nem pôr, o anfitrião abriu a porta dos fundos, e com um sopro que
só podia ser alcançado por magia, tratou de afastar o hóspede dali. Alguns
passos distantes até da bela e ornamental decoração de hortaliças que
circundava a casa, ele olhou primeiro para o chão e depois para as madeiras
daquele casebre. Cuidando para não ser visto, chegou a pensar que o amigo,
apesar dos pesares, era boa pessoa; e que, apesar de todos os pesares ainda,
fizera o certo em revelá-lo sua origem (pois também tinha direito de saber,
ora).
E assim, terminou-se mais uma saga do herói, com disciplinas e palavras
a seu ponto.
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