sexta-feira, 26 de julho de 2024

JDE - Jornada De Escrita

Jornada Do Escritor - Tempos primarios

 

  Olá! Em audível e bom português-brasileiro dizemos <bom dia>, <boa tarde>, <boa noite>; em inglês fala-se <good morning>, <good afternoon> e <good nigth>; já na língua japonesa isso é a meu ver um pouco mais elaborado, com <ohayou gozaimasu (おはようございます)>, <konnichiwa (こんにちは)> e <konbanwa (こんばんは)> ou ainda <oyasuminasai (おやすみなさい)> dependendo do contexto. E o título do texto de hoje "tempos primarios" ficou faltando um acento agudo para se configurar gramaticalmente em sonoro e bom português. Mas... desculpe-nos. Tal fonte que o escritor optou no título não prevê acentos, apenas sinais de pontuação. ...Eu sei... eu também não gosto de fontes que não sabem o que é um simples "cê cedilha" ou "a com acento agudo", mas biologias e ecossistemas de raposas são diferentes, ora. E, sentem porque vão cair pra trás: ao olharmos o tanto de caractere e símbolos diferentes de nossa primeva língua maga. Uhhhh! Eu estou muito empolgado!

   Então, quando essas letras mudam seu fenótipo... já sabem que o tom será outro. E essa fonte "mais normal" parece combinar exatamente bem com esse período de vida daquele que nos criou. Conheçam (a)ms, o código dito muito antigamente por alguns "amaldiçoado" porque fora nesse no qual fomos re-alfabetizados, sendo por assim dizer a nossa querida <língua divina>.

   O queriiiiida língua divina foi o duende novamente dando seu pitaco. E, por sinal, já escolheram o meu nome? O ato de nomear as coisas e seres e criaturas é importante; e não posso ficar me referindo como < ... ... ... ... > a vida toda. Pois bem, já sabeis (agora usei outra pessoa do discurso para modificar o verbo, kk!) que <querida> é um adjetivo que se usa para denunciar carinho, mas no meu caso, e também no caso dos magos, isso transpassa as ideias de carinho + respeito com a coisa. Com certeza vocês não desejariam viver contemporâneos aos Deuses, ou quem sabe apenas optariam por chegar em Amjstérd portas depois. Então, (falo ou penso muito <então> em um mesmo parágrafo. Desculpem! Mas é que as ideias se conectam... estou muito empolgado e tal... ((valha-me Deuses, eu não viveria bem nos seus tempos))) nossos pais eram cruéis! Em comparação, eu não sei quem era mais malvado... se foram os Deuses de minha Terra, Amjstérd; ou quem sabe o panteão grego, que também, apesar de bonitos, convidativos aos olhos e tudo mais, não eram flor que se cheire! <Flor que se cheirasse>, <flores que se cheirassem> ?! A Gramática é uma arte! Essas raposas...

   Ec yeèsh... E assim esses Animais nos agraciaram com sua vida e idiomas. Se bem que, deveria falar essa frase no singular: melhor dizendo então, E assim o Animal nos agraciava com sua vida e seu idioma. Disse, <o Animal>, com <a> maiúsculo, e no singular, porque... falei que, realmente agora, <aqueles que nos criaram> "tinham caras de poucos amigos..." Então, imagine você: servos do Deus Pégaso do Ar não podiam, de forma alguma, comunicar-se com servas da Deusa Fênix do Fogo. Era um verdadeiro apartheid! Se isso não for preconceito, eu não sei o que é.

   Os filhos do Cavalo de Ar eram únicos, assim como as filhas do Passarinho de Fogo, como já falei aqui. ainda que <passarinho> nesse caso tivesse sido melhor entendido <passarinha> (mas coloquei naquele gênero porque poderia soar diferente para a gramática) Já que entramos nessas interessantes questões, as renascidas pela Dona Peixe da Água não batiam boca com os renascidos pelo Mestiço da Terra... E era tudo um apartheid, como falei. Só que, e assim como no caso do adjetivo <querida>, uma segregação mágica; em que, mesmo se por algum acaso ou evento encontrassem, as Poções do Esquecimento estavam lá para bebermos e esquecermos do date fatal. Aí tudo voltava na paz! Na boa e predominante calmaria. Em um guerra fria! Pra rimar!

   E... vocês reparam no "ec yeèsh" não é? Então, língua é uma eficaz forma de dominação; e eles mantinham os contextos assim para mostrar poderio e nos colocar pequenos. Éramos como analfabetos funcionais. Reproduzíamos os sons e os mandos de nosso clã sem contestar, oportunizando uma guerra sem precedentes e uma imposição de domínio mais fácil.

   E assim decorreram-se longos anos, e mesmo após nossos Pais "derem um rolezinho para nunca mais voltar" (eu não achei que fosse disponibilizar isso pra vocês por agora) continuamos "dando murro em ponta de faca" e repetindo os mesmos desejos e erros daqueles que nos criaram. Porque a vida é assim, não interessa se é em um mundo imaginário ou não. Somos, ainda que briguemos que não somos, todos criaturas, e <criaturas> que, mesmo que falem e consigam andar por suas próprias pernas, em pequena ou larga escala respondemos aos anseios e dúvidas de nossos antepassados. Está tudo interligado, e mesmo que, como um costume bem específico, criemos nossos filhos em mágicas bolhas, de forma que fiquem isolados e sem qualquer contato ou influência ao externo, de nada adianta a partir do momento em que estamos no mundo. E, além do clichê e da verossimilhança, é um eufemismo bacana dizer, fazemos parte da História.

Tão fazemos parte que mesmo em guerra fria <aquele que nos criou> não parou em seu caminho escolhido. Começou a faculdade escrevendo e reescrevendo o que pensava na adolescência de seus 15 anos, mas depois as disciplinas e o rigor foram outros e deixou nossa saga em stand by. Deixou aguardando, porém não em <banho maria>, porque vez ou outra acrescia essa ideia com novas histórias, contos, relações entre mundos e culturas, e o grande desenvolvimento do idioma (a)ms, que seus estudos posteriores até o fizeram pensar que existia um (A)ms Antigo, talvez com <(a)> em maiúsculo porque se relacionava diretamente aos Deuses, e expressões novas, velhas, e modificas e em modificação as quais se correspondem ao (a)ms moderno, ou somente (a)ms, agora sem sua caixa alta.

   E assim se fez o tempo! Já passamos pelos tempos primevos e, agora, pelos primários da escrita <daquele que nos criou>. Valha-me Deuses! Só faltam então <os primeiros tempos> ou <os tempos primeiros> para manter a concordância. Em (a)ms, dividimos o tempo em <primevo>, <primário>, e <primeiro> (e eu não sei porquê vocês não colocam vírgulo entre o penúltimo e o último termo, porque para mim parece algo mais "junto" com essa conjunção  aditiva <e>). O tempo é uma constante e chega a ser mais furtivo que raposas, ora vejam só. Podemos pegar as <palavras>, mas não capturar o <tempo> e fazê-lo voltar. Mas estou falando demais, e isso é uma história para um outro dia.

E, isso é tudo, pessoal! Até mais. Tudo de melhor!

(...)

NOMEIEM-ME!  

 

 

Davi Dumont Farace 22-26/07/2024 

terça-feira, 16 de julho de 2024

JDE - Jornada De Escrita

 

Jornada Do Escritor - Tempos Primevos

 

  Olá! Em audível e bom português-brasileiro dizemos <bom dia>, <boa tarde>, <boa noite>; em espanhol fala-se <buen día>, <buenas tardes> e <buenas noches>; já na língua italiana isso é a meu ver um pouco mais elaborado, com <buon giorno>, <buon pomeriggio> e <buona sera> ou ainda <buona notte> dependendo do contexto. ...Sim! Concordo com você. Esse poder misterioso da língua, seus enigmáticos e diferentes jeitos de comunicar... podem fascinar a qualquer um com seus rápidos ou demorados fones e fonemas, que correm ou apenas andam rápido como furtivas raposas do vento. Vede! Imaginem essas lustrosas e lisas caudas dançando ao ritmo da nossa comunicação! Posso vê-los, vocês podem me ver?

   Desculpem-me. Também não me apresentei. Ora, pois, pois... Sou eu, o duende <                  >. Taí! Como vocês me chamam? Venho de terras longínquas... as quais sempre achei que eram <longínguas>... E é bom conhecer, tal qual vocês nos conhecerão em um futuro... que já podemos ver tal como vêm vindo os vapores da vastidão da aurora e o revoar das cotovias em vias distantes! Pra quê tanto <v> na penúltima frase? Vali-me de uma figura de linguagem e de licença poética. Valha-me Deuses!

   Mas, vamos com calma! Vocês pessoas... parecem que querem tudo pra ontem igual... alguns também de minha Terra. raposas levam tempo para se sentirem seguras a dançar sozinhas ao vento; e raposas podem ter várias colorações... Para nós, como artistas da natureza, transformam-se como desejam; e para vocês, sendo ditos animais parentes, ainda que deveras e muito distantes, de golfinhos, (ora vejam só!), renovam a camada mais externa da pele muitas vezes ao dia.

   Mas calma. Ainda não estamos aqui para falar de raposas, nem de coelhos, nem de lebres, muito menos de golfinhos... Isso, como dizia o outro, "é uma história para um outro dia". E talvez seja para outra data também vocês me nomearem. (Uhhhh!) Estou muito empolgado para ver. Substantivos e escolhas lexicais estrangeiras são assuntos fascinantes! Estes fascinam-me a viajar. Ainda que nossa gramática a qual estamos inseridos por agora não requeira a preposição <a> após o verbo <fascinar>, e foi um erro que cometi ao primeiro parágrafo.

   Mas... de que seria o mundo se não fossem os erros? Deixei passar o <podem fascinar a qualquer um> por dois motivos: primeiro, observando as margens da página, pois essas "raposas" ficariam um pouco mais distantes umas das outras, e isso não me seria um equilíbrio auspicioso; segundo, pelas questões de licença poética, também deveras auspiciosa e fluida em textos literários onde não é o foco a gramática. Isso torna a vida até mais bela, e concede-nos o tempo que nos faz necessário para dançarmos.

   Como dizia o outro também, mas esse <outro> não é o <outro> de antes, é muito mais antigo... "recordar é viver". E que bom que mesmo sem ter estado presente Há anos atrás... essas raposas contam-me coisas e desenvolvimento que já como antes não se fazem mais. (Uhhhh!) Fiquei mais empolgado ainda com essa rima entre <atrás> e <mais>, e com meus olhinhos e sentidos um pouco turvos dada a escolha de <já como antes>. Mas, infelizmente ou não... mas... sim. É felizmente sim. "O tempo não para!" Aproveitem a infância e estas motivadoras e emocionantes descobertas da idade dos dez a quinze anos. "O tempo, realmente, não para!" Tal como uma dança que... ...Não, não vou voltar a esse tópico.

   Creio que... sim... Podemos a ele assim referenciá-lo. Apesar de que isso, se mal interpretado ou deixar "o poder subir à cabeça" (a expressão tem crase, nativos do idioma?) pode não ser, como diriam os hindus, <auspicioso>. Perdão pela possível confusão em minha outra frase. As pessoas daqui não gostam de verem cortados textos corridos por expressões e jargão de fala do dia a dia. De onde vim as coisas podem ser bem expressivas, devem gostar de ver. E isso sei que é "uma faca de dois gumes": de um ponto introduzimos outro, e assim a dança se completa e a meu ver se torna mais bela. (Passinho pra direita, passinho pra esquerda! Mergulhou!)

   Agora, adoto uma postura mais normal e sem tantas brincadeiras do povo de lá. E isso se faz até no cerne das palavras! (Vejam se não dançam). Desculpem-me. Adotando uma estratégia bem sensata e objetiva, vamos começar realmente o texto; pois a introdução, (valha-me Deuses), termina aqui.

   Aquele que nos criou teve seu tempo de introdução aos 15 anos, ou um pouco antes disso, pois não se via um percurso de "exatas" nele. Motivado pela história de Harry Potter e o Cálice de Fogo, pensou em como seria legal continuar tal aventura, e foi cada vez mais se interessando por Literatura e assuntos mágicos, dando "asas à imaginação" como uma dedicatória feita por sua mãe em Harry Potter e a Pedra Filosofal.

   Gostava da história e, como outros na época dele, tentava desenhar os cenários e os personagens de J. K. Rowling, além de ir um dia a um viveiro de cobras no zoológico e tentar falar parseltongue (a língua das cobras) pois cresceu com o bruxo órfão (ambos, no Brasil, iriam fazer 11 anos naquele julho de 2000). Sua imaginação fértil achava que um dia um gigante iria tomar chá em sua casa e ia às sessões de cinema impressionado com os detalhes do filme e vibrando como um aluno de Hogwarts nas cenas de Quadribol.

   Aquele-que-nos-criou (lembrando inusitadamente do vilão "você-sabe-quem"), conseguiu ler "o Cálice de Fogo" em quatro ou cinco meses, e ficou surpreso em acabar tão rápido, já que desde cedo demorava às histórias para conservar no tempo a boa sensação que sentia no momento. Nem em minha Terra (e isso é o duende falando, ha-ha), pode-se objetivar o exato dia que ele começou a redigir; quando a Terra nem era Terra e não passava-se de uma escola, aonde o Torneio Tribruxo era o Supremo Torneio de Duelistas Mágicos, ou STDM, o qual ele até criou uma sigla em sua cabeça. Seria legal observar a data em que Aquele-que-nos-criou pôs a ideia no papel, mas com certeza isso foi entre seus 12-15 anos, e a história própria dele foi se desenvolvendo aos poucos.

   E... assim como o outro queria cristalizar boas sensações ao tempo, de pouco em pouco vou acrescendo essa história, a fim de melhor ver e nos maravilhar com essa Jornada Do Herói (com o <D> sim em maiúsculo porque faz parte do processo, uai). Assim se sucedeu e assim sucederá! Nos primevos, primários e primeiros tempos...

 

   E então, curtiram as letras diferentes e a inusitada história do duende? Como você me nomearia? (Uhhhh!) Estou muito empolgado para saber! Vamos descobrir juntos?

   Como presente de <boa noite>, faço os presentes lerem um poema, escrito pelo escritor, quando nossa Casa nem era nossa Casa. E, isso é tudo, pessoal! Até mais. Tudo de melhor!

 

Davi Dumont Farace 12-16/07/2024

 

A.M.I.S.T.É.R.D.

 

Ainda da tempo de achar o que se perdeu

Ainda da tempo de se pensar naquilo que não deu

Ainda da tempo de fazer brilhar teus olhos, que eram breu

Ainda da tempo de reanimar teu corpo, que antes faleceu

 

Se, algum dia pensarem, que o universo conspira contra vós

Lembrem-se do pai e não agridam a nós

Pois por aquele crime todo mundo paga

Dos ricos aos pobres,

dos animais às pessoas,

do velho ao novo,

um dia a luz apaga

 

Mares, vulcões, estrelas e pedra de novo se separarão

Em volta das luzes, as trevas cobrirão

E de teus corações, almas se esvairão

Com os anjos do juízo, preciosos fragmentos de joias buscarão.

Dos quatro cantos da Terra,

as pessoas na capela estão a rezar

Inutilmente, veem os titãs que das cordas da vida irão se libertar

Para varrerem o caos,

e um novo caos os filhos bons irão amar.

 

Deuses e Deusas no Olimpo vivem

outras vidas, não sei, talvez existam

Nova natureza, construções e filos,

novas leis, flores, artes e rios,

novas auras, caminhos e perigos,

novos, novas, novíssimos...tudo...

vida cega e surda e muda dentro do ovo.

 

Quero, de alguma forma, de alguma maneira

O mundo mudar...

nas asas prateadas de uma harpia voar,

para finalmente minha hibris descansar

e dizer a meu amor: -Aqui é o meu lar!

 

 

Davi Dumont Farace   13/08/2010.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Tipo um filme divergente...

                                                       Educação para loucos... e normais.

 

... Antes do texto, falhei já por não ter postado nada aqui quinta passada. Mas, é que domingo retrasado (23/06/2024) fui surpreendido com uma mensagem muito auspiciosa e que, captei mais ainda como um falar dos Astros, pois estava eu jogando Hogwarts Legacy com, justamente aquele personagem (que logo vocês conhecerão!)

Ainda nessas lembranças auspiciosas, escrevi esses texto quando fazia uma disciplina na FaE chamada "Psicologia da Educação" (que, não ligo pra isso, mas meus pokémon e eu conseguimos 100). Também, acho que desde sempre tendia mais para assuntos abstratos, tipo "alma e coisas roxas de intelecto e pokkettomonsutaa psíquicos".

Agora, o texto:

 

Educação para loucos... e normais.

 

     O filme “Laranja Mecânica” (em título original “A Clockwork Orange”) foi publicado pela primeira vez em 1972 e relançado em 26 de abril de 2013. Logo no início da história observa-se um grupo de quatro amigos, com roupas de mesmo estilo e que nos faz lembrar camisas de força, o que pode deixar-nos pensar que tal filmagem se passará em um hospício e/ou os próprios personagens principais são loucos. Também observa-se que o título do próprio filme não é comum e não diz nada sobre “como” a história poderá se desenvolver. Logo, não é fácil se imaginar o que ou como uma “laranja mecânica” seria. Poderíamos supor que, vendo o título e o associando às características dos personagens, o desenvolvimento dos fatos no filme serão rápidos e todos eles processados para virarem suco depois, pois o próprio enredo, que pode ter no mínimo uma carga filosófica, “condensa” todos os sólidos acontecimentos na mente de uma única pessoa, Alex, um dos quatro amigos, que logo depois de algumas cenas descobrimos ser absolutamente normal, apenas um delinqüente juvenil com tantos outros.

     O protagonista Alex, que é também o narrador da história, finalmente é pego em flagrante e vai para a prisão depois de uma invasão em uma residência. Seus amigos, que também eram os cúmplices do “assalto”, fogem antes da polícia chegar. O jovem então é condenado pela grotesca e no sense morte da dona da casa, e a partir daí a vida dos quatro “loucos” tomam caminhos diferentes.

     Depois de dois anos na prisão é que o enredo do filme começa e ficar ainda mais filosófico e educacional. Isto é, ao desejar ir, “ser escolhido” como cobaia para o método Ludvic, e passar algumas semanas em uma espécie de prisão-reformatório, o ex-detento realmente começa a mudar, porém dadas à algumas circunstâncias posteriores, não sabemos até quando. Alex fôra exposto a uma técnica comportamentalista de estímulo-resposta; e pouco mais de quatro meses depois finalmente foi solto.

     O questionamento que o pastor da ex-prisão do jovem faz é inteligente e de total importância também para a conclusão do filme. Ora, ele reconquistou sua liberdade física; o direito de ir e vir; mas sua mente fôra trabalhada para isso; através dos filmes e da curiosa Nona Sinfonia de Beethoven, que é inserida em um contexto diferente daquele para o qual fôra composta. Relembrando o método de ensino tradicional, onde há também essa tentativa de “controle”, a mente de Alex é lapidada através de estratégias psicológicas para enfim “trabalhar” como terceiros desejam, abandonando seu antigo gosto por atitudes “de louco” e delinqüentes.

     Porém depois de tantos anos preso, o protagonista perde sua antiga e “calma” vida na casa dos pais. Achando que não vão ver o filho novamente, os pais alugam o quarto de Alex e o jovem, se sentindo trocado, sai de casa para não mais voltar. Andando sem rumo ele encontra um mendigo, que por ironia do destino é o mesmo indigente que o ex-detento e sua gangue espancaram sem necessidade logo no início da história. Logo, o feitiço vira contra o feiticeiro e os mendigos se juntam para bater em Alex. Dois policiais o socorrem mas por fatalidade são ex-integrantes da gangue. Aqueles que deveriam fazer justiça o levam para longe e fazem novamente atrocidades com o rapaz. Meio tonto e cansado, chega à casa de um velho escritor, o qual a ex-gangue do ex-detento um dia invadiu. O velho então o mantém em cativeiro por um tempo e depois chama os antigos médicos do jovem para juntos decidirem o que fazer. Assim ele é colocado em uma sala vazia somente em companhia da Nona Sinfonia de Beethoven, que toca interminavelmente no aposento e o deixa ainda mais louco. Vendo uma janela como a única saída do quarto, acaba por cometer suicídio.

     Novamente por ironia do destino ou não, ele não more. Vai para um hospital para tratar suas fraturas e um belo dia recebe a visita do dono de sua ex-prisão, que tenta mais uma vez “controlar” a mente do pobre Alex e fazer com que não comente sobre o ocorrido nos jornais. Depois de pouco mais de duas horas de filme re-escutamos a música, que o visitante benevolente traz para o adoentado como presente e “lembrança” da visita. Como gran finale, temos uma cena aparentemente desconexa da história. Porém, se olharmos o inconsciente de Alex descobrimos que pode ser verdadeiramente aquilo que ele está pensando no momento, pois não há como se apagar o passado.

     Aparentemente um filme louco e um tanto previsível no começo, contudo inteligente e bem montado no final. Mostra como uma técnica educacional, o método comportamentalista, pode ser eficaz somente nos primeiros anos de tratamento, pois a vida de um indivíduo é bem maior e mais complexa do que uma simples prática pedagógica. Logo, um indivíduo pode assim como Alex mudar, porém depois de re-colocado no mundo e sofrer nas mãos de pessoas de seu passado e/ou alheias à sua história, por exemplo, poderá voltar e mesmo que inconscientemente revidar a situação.

     Em conclusão, podemos alocar “laranja mecânica” em, dentre outros, três ambientes distintos: prisões / reformatórios, política, e religião. O primeiro e mais evidente se visa “remodelar” um indivíduo segundo um pensamento próprio, com algumas estratégias tipo trabalho voluntário e acompanhamento psicológico; em segundo lugar se mostram aqueles que estão no poder e não se intimidam ao falar de corrupção, e ainda se alguns novatos entram e querem fazer uma coisa nova são deglutidos e inconscientemente controlados por terceiros; por último mas não logicamente nessa ordem estão aqueles que através de alguma crença ou outra “mudam” ou “visam mudar” um “fiel” em benefício próprio ou torná-lo de acordo com as crenças da sociedade.

     Logo, uma prática pedagógica perfeita e 100% eficaz não existe e ninguém pode, como é o sonho de muitos, “controlar” a humanidade e fazer tudo ser do jeito que deseja o indivíduo. A vida de cada um é única e não pode, nem deve, ser controlada.

   

 

 

Davi Dumont Farace.                                                                                    10/09/2015 – 12/09/2015

A primeira crônica.

  A primeira crônica.         — Mas que calor é esse! Será que existe vida após 3.020?      O mês era junho. As folhas caíam... mas a te...