quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Os portões da academia


     (...) E então, o corpo de mais um dragão tombou ao chão, fazendo respingar as poças d’água meio-turva que lá se espalhavam pelo lodaçal. O cenário contrastava uma beleza agradável ao olhar com a decadência realista daquele mundo sombrio: o palco atual era aberto, com árvores ao Sul e rodeado por vegetação verde; mas, ao mesmo tempo, viam-se paredes e antigas construções azuladas em ruínas, como se o lugar há muito tivesse sido abandonado. Para enfim encontrar o tal lugar, o herói sem nome teve de exigir muito de seu cavalo, e com destreza e agilidade saltavam sobre grandes e perigosas plataformas, que em tempos de glória eram colossais e belas pontes. Ainda que ele usasse mapas, e já suspeitasse que o objetivo repousaria bem à frente da geografia mais irregular do terreno, a região era ampla, vasta, e enevoada a fim de atrapalhar e confundir a visão. Vestígios de um passado de prosperidade e sabedoria amontoavam-se por todos os cantos, e, devido ao contexto e ao passar dos anos, seria natural que criaturas de variadas sortes e tamanhos buscassem se refugiar ali. Para além das adversidades impostas pela natureza, os Deuses pareciam querer colocar à prova o cavaleiro com tantos inimigos.

     A panorâmica e as sequências de cenas, que se desenrolaram em realista e rigorosa caça ao tesouro, foram belas e dignas de odes e engenharias narrativas que saltimbancos criariam para entreter o povo. Na posição onde no passatempo infantil seria o X, a fera descansava inerte sobre a vegetação úmida e rasteira, hábito que poderia denotar que não era uma criatura tão hostil como as outras. Ao contrário de escamas, seu majestoso corpo ostentava harmônicos e localizados cristais claro-esverdeados, “couraça” que lhe ajudava a ocultar-se ao ambiente, harmonizando estrategicamente com a atmosfera inebriante da região. O seu peso e a sua estatura, aptos a um voo destro e ágil, lembravam o desafiante de seu primeiro obstáculo transposto, lá onde um dia fora sua casa.

     Porém, diferentemente das demais criaturas dracônicas enfrentadas, ele tinha de passar sim por aquela prova para se mostrar digno de entrar em outra cidade, e somente após mais alguns encargos, reclamar a glória de penetrar aos véus gelados e assim continuar à sua verdade vencendo dragões. Os olhos atuais, da cor lavanda com um toque suave de pedra lolita, o miravam com olhar mágico e semblante altivo. Certamente, o embate seria uma façanha bela e memorável. No entanto, dentre todos os anteriores, era o que menos motivava o viajante — justamente pelo seu contexto: ousava adentrar o terreno da magia, arte que ele desprezava por considerá-la impura e vazia.

v   

     Contudo, e como já era de se esperar, as pupilas em tons roxo-claro à cabeça da ameaça acima perderam seu natural brilho, e os elípticos riscos negros centralizados em cada uma minguaram como a Lua que adormece. O pescoço comprido tombou ao chão, dispersando as águas como o resto do corpo. O desafiante guardou os equipamentos atuais usados na luta — um machado revestido de gelo, retirado de um baú que ajudava a conservar tanto suas propriedades físicas quanto as especiais; e um escudo igualmente pequeno, pensado para auxiliar em estratégias de escape, como rolagens laterais, caso a ocasião pedisse. Já sabia o que fazer, e vasculhou com mais calma entre os escombros.

     ...Admito que poderia ter feito frente à essa fera antes do embate contra o gigante das tempestades. De fato, a passada prova seria até mais fácil. Enquanto procurava, pensava consigo mesmo sobre seu trajeto e o seu desenvolvimento. Com toda a certeza dos deuses, o grau de dificuldade do recente desafio seria de considerável a elevado, mas o cavaleiro infelizmente não pode comprovar a hipótese pois já tinha derrotado alguns bons dragões, os quais se converteram em grandes e variadas adversidades. Ainda se perguntava, claro, o porquê de estar fazendo aquilo — de persistir àquelas batalhas vans, e assim não avançar contra os seus reais inimigos, aqueles que um dia queimaram a sua vila e a sua infância, por exemplo. Porém, naquela e nas outras horas de fúria lhe vinha à mente a afetuosa e calma efígie de sua avó Melina, recordando-lhe da sabedoria de que “a sede de vingança nunca tem fim”. O desenvolver natural daquele mundo sombrio cuidaria certamente dos antigos malfeitores, e, além do mais, eliminar os bandidos não iria trazer sua família de volta.

     ...Pelo contrário, eu poderia dar início a um novo ciclo...

v   

     — GRRGHH! — Algo chamou a atenção do homem e ele subitamente olhou para trás. As mesmas árvores ao Sul balançaram, como se o um vento forte gritasse desde o interior da floresta. Abaixo de seus pés, as águas voltavam a ficar desordenadas e mais escuras, pressagiando o despertar de uma criatura cujo som, familiar ao cavaleiro, permitia-lhe suspeitar de sua identidade. O esmaecido olhar e a altiva postura eram inconfundíveis: o dragão ainda não tinha se rendido, e parecia agora mais hostil do que antes.

     — Você de novo? — ele maliciosamente riu de seu infortúnio. — Pelo menos, podes me dar um desafio digno. Venha com outras estratégias, dragão! Optarei pelas mesmas...

     E assim, urros e clamores de armas eram ouvidos novamente.

     A batalha transcorria interessante, e ele esquivava certa e destramente nos momentos de clímax. Graças aos anteriores desafios, o seu equilíbrio já superava em muito as asas ágeis e cortantes da criatura, porém tinha mais resistência a fogo do que à magia, e aqueles ataques da atual fera representavam um grande problema. Ele imaginava que, relacionado ao cenário em ruínas, o grande animal atacasse com veneno (substância menos nociva do que o viscoso líquido vermelho que se impregnava às terras distantes); contudo o que se colocava diante do homem não parecia ter sido concebido por meios “naturais”, o olhar fosco e o retorno à vida emanavam outras atmosferas.

     Cumprindo com sua palavra, ele usava apenas o machado e o escudo na luta. Voando mais vezes e atacando mais com o peso do próprio corpo, percebiam-se certas mudanças em estratégia da parte do dragão, mas nada o bastante expressivo e hostil como os outros anteriormente já enfrentados.

     Sulcando a terra em movimentos de mergulho, o animal dispersava as poças de água que lá estavam, aumentando a área em crateras mais fundas que impediam o cavaleiro de rolar livremente para as laterais.

     Ele corria sem cavalo a seus pés, e as novas adversidades criadas lhe deram uma ideia: inconsequente e desmedida talvez, mas era ainda assim seria uma estratégia surpresa.

     Atiçou a fera chocando a arma contra seu escudo, e o machado frio sobre a superfície metálica lhe deram uma sensação agradável. À frente, o gigante logo percebeu e com um único salto encurralou o homem. Este, pulou logo para trás e caiu em um buraco. O dragão apenas se aproximou, abriu a bocarra, e se preparou para lançar mais um raio de magia azul.

     A cena faria certamente caçadores de pequenos animais lembrarem-se de passatempos aos bosques e florestas. Como um coelho ou toupeira que escapa da toca, o hábil humano ressurgiu em um impulso corajoso. Contudo, teve de trocar a sua pequena rodela da mão esquerda pelo grande e dourado escudo da árvore sacra, que guardava com todo cuidado ao seu Mundo Cerúleo. Controlou bem o tempo, e assim que o tal raio varreu os céus de cima abaixo, ele acionou a proteção extra que o trabalhado artefato ofereceria. Apesar de não aprovar aquelas artes, estava curioso para ver como a proteção agiria àquele contato, e protegeu seu inteiro corpo atrás dos metais reluzentes.

     O fluxo de magia foi repelido ao chocar-se contra a superfície oval, e daquela vez foi o dragão quem sofreu com o seu próprio ataque. Uma criatura mágica tinha resistência à magia, lógico, mas certamente ela não esperava a perspicácia da indefesa presa. Com a mesma rapidez, o desafiante bebeu do elixir de ataque e vigor, e, valendo-se novamente da garra de dragão para direcionar mais ainda seu salto, alinhou as duas miradas. Sentiu uma corrente fria crescer em seu âmago como poucas vezes sentira, mas como guerreiro que era cuidou de distanciar o medo e as fobias infantis. Criando para si uma sensação de choque térmico, ele esquentou seu coração com o sopro de fogo, que diminuiu as defesas do agressor. Bastou um ou dois golpes com a machadinha, e, pela segunda vez, mais um caminhante dos céus tombou.

v   

     — Agora, será que posso? Espero que... — Ele não era de falar sozinho, mas o sabor de mais uma vitória sempre trazia consequências. Já fazendo cálculos para o futuro, pegou o seu talismã de resistência a veneno, e trocou a curta arma pela longa e dourada alabarda, combinando com seu atual escudo reluzente. Olhou para trás só mesmo para se certificar: lá estavam os olhos de lolita, mais ferozes porém mais dissimulados, como se em torpe habilidade tentassem intimidar o homem.

     Ambos ficaram parados por um tempo, talvez esperando o primeiro movimento um do outro. O cavaleiro observava a mesma efígie de antes, mas com uma ressalva de que os cristais esverdeados pelo corpo não eram tão mais claros. Apesar de o igual semblante altivo e da cordial postura de antes, a fera já parecia mais hostil, reparando no novo brilho que o desafiante também ostentava com suas armas. O desafio aumentava de intensidade conforme as lutas e o tempo iam passando.

     Caminhando destramente, o dragão, seja por instinto ou estratégia, não olhava mais para a pequena figura à frente. Ao contrário, olhava para o campo aberto, com as muitas crateras vazias espalhadas pelo chão. Suas asas ajudavam a alcançar com certa rapidez cada uma, e de sua boca expelia um líquido verde escuro que combinaria com as cores internas da floresta.

     — Vejo que fiz bem em usar esse talismã. Muito bom, então. Evoluindo sempre em desenvolvimento. — Recalculava as rotas, provocando o animal. O seu poder de garra do dragão o ajudava a se locomover horizontalmente, valendo-se da antiga e já melhorada estratégia de pulos e saltos. Usava tal tática na mão esquerda, e no lugar da arma ia com o escudo dourado, que, apesar do peso, oferecia também ótima resistência ao raio de magia da fera, que agora fundia-se em espiral com o veneno. Foi uma boa ocasião também para treinar seu equilíbrio e sagacidade.

     Enquanto avançava, não podia deixar de pensar em qual novo poder iria reclamar para si com mais aquela fera derrotada. Não sabia o motivo de não ter ganho um coração de dragão ao desafio anterior (aquele dos planaltos e das tempestades); mas o fato não devia ser pela mesma ou similar condicional do embate atual, porque ainda a “eterna e cansativa luta sem fim” não tinha acabado. Pelo menos, o destino oferecia ao homem uma sequência de batalhas mais dinâmicas, e os artifícios ilusórios de lá não eram tão covardes e desleais de alguém que só busca vencer por truques ilícitos e baratos.

     Cara a cara com o perigo novamente, desferia golpes de albarda; para impedir que o adversário voasse, o viajante rapidamente usou de sua aljava com flechas comuns; e a fim de inverter as posições de caçador e presa queimava a área ao redor fazendo um grande círculo de fogo entre eles, inviabilizando escapatória. Afastou-se um pouco, e os ataques giratórios e ferozes de cauda e mordida provocavam também danos ao herói. Porém, não ligando para aquilo, sua certeza e confiança o fez atravessar a parede incandescente com um salto destro pela lateral. Tomou certa distância. O dragão já não mais o via. O último sopro acresceu-se às chamas já existentes... O grande pescoço tombou mais uma vez.

v   

     — Ahhhh, não! Pelos Deuses! Era só o que me faltava... — Procurava ali, no grande descampado assolado pela recente batalha, quando... ouviu o mesmo urro fazer revoar os pássaros. Novamente, o conhecido e pronto animal de cristais esverdeados e olhos roxo-foscos.

     A fim de esfriar as coisas então, o cavaleiro fez o primeiro movimento: com seu sopro de gelo afastou dali o fogo que ainda dançava. Como consequência, ele conseguiu vedar as poças de veneno que pelo cenário foram criadas. Já poderia com aquilo andar e quem sabe rolar de forma mais tranquila, mas prezava ainda por não o fazer, pois não sabia até qual peso a camada branca-azulada aquentaria.

     O gigante à frente incorria com tudo pela frente, preparando mais uma mordida fatal. Mas o cavaleiro de mesma forma estava enraivecido, e apesar de o efeito do elixir já ter passado, não ligava para o cansaço das três “tentativas”. Alabarda em punho de um lado, pescoço em riste do outro, lançaram-se ambos como em prova de justa. Só então o homem percebeu que não tinha usado evocações ainda em batalha, e seu largo estoque de mana o permitiria tal proeza. Pensou em atacar mágica com mágica, mas chegou à conclusão de que o grande corpo do animal teria resistência contra tal elemento, e, apenas caso a situação fugisse totalmente de seu controle, optaria por trazer do distante Mundo Cerúleo os arqueiros que outrora ajudaram à luta da ponte às terras vermelhas.

     Eles se entreolharam cara a cara novamente, deveras próximos um do outro. Adotando uma postura mais agressiva, o inconsequente cavaleiro manteve-se todo o tempo à barriga do inimigo, pois assim viu que criava pontos cegos ao animal e de certa forma impedia a fera de usar seu raio de magia, uma vez que o potente ataque funcionava melhor quanto maior a distância do alvo. Ele sofria dano, claro, mas a ameaça já tinha também reparado na longa arma do herói, e ela não atacava chocando seu corpo contra o chão justamente por aquilo. Apesar do perigo constante, era uma trabalhada e inteligente estratégia.

v   

     E, quando a lua já estava surgindo, o confronto finalmente parecia ter chegado ao fim. Ali, ao descampado de ainda vegetação rasteira e muitos elementos guiados por trocas momentâneas de cenário, o brilho da lua parecia se intensificar. As evocações voltaram ao seu mundo de origem, e o cavaleiro seguiu feliz e calmamente pela frente. Estrondos e gosto de água se fizeram perceber; não demoraria a chover.

     Porém... não era apenas a chuva que se avizinhava! Trocando destramente a alabarda pela machadinha, ele apertou friamente em seu cabo. Olhos se reascenderam ao prenúncio da escuridão, anunciando novamente, como se fosse a primeira vez, o brilho roxo-fosco.

     — O que eu fiz pra merecer isso?! — Enfurecendo-se, nem ligou para aquela pergunta ao léu. Motivado pela ira, pensou em não usar mais o “inofensivo” tesouro, e apelar para a destrutiva arma recentemente conquistada, no alto da colina das tempestades. Porém, lá de mesma forma estava chovendo, e seria uma má ideia testar aquela espada de trovão à atual condição atmosférica. Não contava no momento com suas botas e luvas de cerâmica.

     O homem avançava à fera pensando mil estratégias e, emburrado como uma criança frustrada, indagando-se toda hora “o que fiz de errado?”. E era extremamente injusto no sentido de que pela magia a ameaça poderia sempre reviver, enquanto a vida do herói só era aquela... e nada mais; ninguém zelaria por ele, e quebraria até mesmo seu código de honra se pudesse... voltar do lugar onde ninguém volta. O homenzinho petulante ali não apareceria como providência celestial e o pegaria com a gárgula, como real e atipicamente fizera às também terras vermelhas.

     Golpes e mais golpes vinham de todos os lados, e as adrenalinas do embate não mais necessitavam de penduricalhos ou talismãs para se conservarem altas. Gradativamente, o dragão se punha mais hostil a cada luta, mas o brilho sepulcral do luar era também fértil para novos lampejos de intelecto.

     ...

      — Vamos ver... — E usou seus últimos estoques de mana para novamente brandir o sino e evocar seus dois goblins de pedra. Atacavam à distância com estrelinhas azuladas que deviam ser da mesma fonte da inteira magia do gigante à frente. Mas o evocador já estava cansado, apesar de bem desperto para a batalha, e já previa a lógica resistência de seu corpo grande e apto frente aos ignóbeis projéteis.

     Foi ziguezagueando sem escudo mesmo até próximo ao animal. Sua arma dançava ao ar como se estivesse em uma superfície fluida. Rindo maliciosamente na cara do perigo, atraía o dragão para perto das poças de veneno vedadas pelo gelo.

     O machado esfriava-se ao se aproximar das crateras, e, atento aos segundos, seu dono esperava. A habilidade inata da arma, capaz de invocar pedras crescentes de gelo que se abririam em leque pelo solo, seria incrementada pelo elemento já existente no cenário. O outro, de mesma forma enfurecido e agora de pescoço mais baixo, parecia não suspeitar de nada e perseguia a presa como gatos intimidam ratos. No momento preciso, o cavaleiro bateu a arma no chão, e o impacto fez crescer os pingentes de gelo, quebrando as camadas branco-azuladas que pela área se encontravam. O veneno ali guardado subiu em explosão, e o estrategista não perdeu tempo: ordenou para que os goblins lançassem suas estrelinhas cintilantes.

v   

     E... ele não escondeu a sua amarga decepção quando... de uma hora para outra sentiu o conhecido grito pela sexta vez, mas finalmente misturado de vitória, que invadia o seu coração! As palavras da avó à cabana, quando ficava impaciente e buscava fazer as coisas por ele só, podiam ser ao longe recordadas: “Tudo requer ciência meu jovem. Até mesmo o que não aparenta ser deste mundo. Busque entender”.

     Por mais que ele odiasse magia... a lua, que já estava alta no céu limpo e sem estrelas, incidira seu brilho exatamente sobre a tal chave — o artefato de ingresso pré-requisito e necessário à academia. “Pré-requisito” e “necessário” daria quase no mesmo, é verdade, mas ali os similares termos pareciam ter diferentes forças, pois ele conseguiu visualizar o material apenas depois de seu guardião derrotado, e necessitava do banal recurso para continuar firme em seu empenho. Tantas foram as estratégias, pelos meios mais difíceis e árduos ao pensamento, mas a solução estava sempre deveras perto; tão simples e fácil como a mágica que ali no cenário em questão seria derrotada... pela própria mágica. Era isso, ou o cavaleiro tinha uma conexão especial e inexplicável com dragões ou feras dracônicas.

     Finalmente, varreu os escombros, descansou o dia consecutivo inteiro como lhe era de direito, e somente ousou adentrar ao polo do saber após treinar muito, voltando ao reino das montanhas vez ou outra, e curvando-se ao estudo e tolerância do que não sabia. (...) E assim terminou-se mais uma saga do herói, com disciplinas e palavras a seu ponto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A primeira crônica.

  A primeira crônica.         — Mas que calor é esse! Será que existe vida após 3.020?      O mês era junho. As folhas caíam... mas a te...